ENDOMETRIOSE
A
endometriose caracteriza-se por uma doença crônica, inflamatória e hormônio
dependente que afeta as mulheres no período reprodutivo.
As
queixas da mulher com endometriose são variáveis e podem estar relacionados à
localização da doença. As mais frequentes são dismenorreia (dor durante o fluxo
menstrual, cólica), dispareunia de profundidade (dor na relação no interior da
pelve), dor pélvica crônica (dor que perdura por mais de seis meses) e
alterações intestinais e urinárias durante o período menstrual, como dor e
sangramento.
Muitas
mulheres consultam vários ginecologistas por anos até se estabelecer o
diagnóstico definitivo da doença. O diagnóstico de endometriose deve ser
considerado em todas as mulheres em idade reprodutiva com as queixas descritas
acima, associados a uma dificuldade para engravidar, além de um detalhado exame
com seu ginecologista na busca de alterações pélvicas.
A
associação de sintomas com alterações do exame físico são bastante indicativas
de doença. Sintomas em órgãos distantes da pelve feminina que ocorrem no
período menstrual são suspeitos de endometriose não ginecológica como o
sangramento nasal, entre outras. O diagnóstico definitivo de endometriose é
CIRÚRGICO, recomendado a Vídeo-Laparoscopia.
As
mulheres com endometriose tem uma baixa qualidade de vida quanto aos fatores
disposição física/mental e dor corporal, tendo piores resultados quanto maior o
tempo para o seu diagnóstico.
VIDEOLAPAROSCOPIA GINECOLÓGICA
A vídeo-laparoscopia
ginecológica é um método operatório
minimamente invasivo que permite monitorar o ato operatório em tela de vídeo e
realizar intervenções complexas por meio de abordagem cirúrgicas a partir de
minúsculas incisões de acesso a pelve feminina.
O procedimento é realizado com
um instrumento denominado laparoscópio. Esse instrumento é uma pequena ótica
tubular, que contém uma fonte de luz e uma câmera acoplada, emitindo imagens em
tempo real do interior da cavidade abdominal e da pelve a um monitor que está
conectado à câmera do laparoscópio.
A
vídeo-laparoscopia ginecológica pode ser utilizada para auxiliar no diagnóstico
de uma série de doenças que acometem a pelve feminina através de uma
visualização direta e biopsias. As cirurgias
ginecológicas estão entre as intervenções vídeo-laparoscópicas mais frequentes,
exemplo: Histerectomia (retirada de útero), Cirurgias nos ovários, trompas e
cirurgias de endometriose entre outras.
Os
principais benefícios da vídeo-laparoscopia quando comparada à cirurgia
convencional aberta são:
- Maior satisfação dos pacientes
- Menor traumatismo operatório
- Pronto restabelecimento pós-operatório
- Menor trauma peritoneal
- Menor quantidade de aderências
- Menor índice de infecção (hospitalar, da incisão, etc.)
- Cicatriz operatória menos evidente
- Preservação da dinâmica da parede abdominal.
- Menor custo operacional global e menor tempo de internação.
- Menor índice de complicações cárdio-vasculares e pulmonares em pacientes de alto risco (idosos, cardíacos, etc.).
- Menor imunodepressão.
- Menos dor no pós-operatório imediato e tardio
O PROCEDIMENTO
Em
cirurgias vídeo-laparoscópicas, são realizadas pequenas incisões cirúrgicas
(medindo cerca de 1,0-1,5 cm), habitualmente na região umbilical e nas regiões
inguinais. Para a realização do procedimento cirúrgico é necessário a
introdução de gás na cavidade abdominal com o intuito de distendê-la. Isso
permite uma maior visibilidade das estruturas e um maior espaço para o
cirurgião realizar qualquer tipo de manipulação no órgão da pelve feminina.
Dependendo do tipo de procedimento
a ser realizado, pode-se optar por realizar algumas incisões cirúrgicas extras
(principalmente para facilitar a manipulação das pinças ou para retirar peças
cirúrgicas maiores).
RECUPERAÇÃO APÓS A VIDEOLAPAROSCOPIA
A alta
hospitalar vai depender da complexidade cirúrgica, mas dependendo do
procedimento sua alta pode ser logo após a recuperação anestésica ou em um ou dois dias dependendo da
complexidade.
Nos primeiros dias após a
cirurgia, é comum apresentar dor ou desconforto na cavidade abdominal,
principalmente nos locais aonde foram realizadas as incisões cirúrgicas. Não
tenha receio em utilizar medicações analgésicas para combater esses sintomas.
Uma pequena
quantidade do gás que foi utilizado para distender sua cavidade abdominal pode
permanecer dentro do abdome após o procedimento, causando alguns sintomas:
·
Dor no ombro (decorrente da irritação
diafragmática);
·
Sensação de gases intra-abdominais;
·
Desconforto no andar superior do abdômen.
Esses
sintomas são comuns e você não deve se preocupar. O período de recuperação é
curto, durando geralmente um a dois dias após o procedimento (tempo necessário
para o gás ser absorvido).
O período
de recuperação é variável entre cada paciente. Depende de diversas condições,
tais como o motivo do procedimento ter sido realizado, sua condição física e o
surgimento ou não de possíveis complicações.
Caso você
tenha realizado a vídeo-laparoscopia, provavelmente poderá retomar as suas
atividades cotidianas em um período curto de dias.
É
importante que você siga corretamente as orientações fornecidas pelo seu
médico.
Dr.
Leandro Netto – CREMERS 15444 – Ginecologista e Cirurgião de vídeolaparoscopia
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