19 de jul. de 2016

Como os pais estão contribuindo pra aumentar a obesidade infantil no Brasil mesmo sem perceber



Em tempos de blogueiras fitness, academias em cada esquina, culto ao corpo e uma infinidade de programas culinários voltados para a alimentação consciente, pode parecer que as pessoas estão cada vez mais magras e saudáveis. Mas isso não é verdade. Pelo menos não quando estamos falando das nossas crianças.

Nos últimos anos foi disparado o alerta vermelho da obesidade infantil ao redor do mundo. Principalmente em países emergentes, como o Brasil. E quem chama atenção para o tema é a OMS, Organização Mundial de Saúde.

Segundo a organização, a obesidade infantil atingiu nos últimos anos níveis preocupantes, ameaçando a saúde das nossas crianças e reduzindo a estimativa de vida. Pela primeira vez na história estima-se que os filhos tenham uma longevidade menor que seus pais. E um dos principais fatores para isso pode estar na balança.

Para se ter uma ideia, em 2014 o número de crianças obesas em todo o mundo era de 41 milhões, 10 milhões a mais do que no início da década de 90.

No Brasil, estima-se que hoje uma em cada três crianças apresentem sobrepeso. Números preocupantes na visão da OMS que ainda alerta para a ineficácia dos programas para frear esse epidemia: “até a data, os progressos na luta contra a obesidade infantil têm sido lentos e inconsistentes”.

Mas quais são os vilões por trás disso tudo? Em muitos casos podem ser aquelas pessoas que mais se preocupam com a saúde dos pequenos: os próprios pais. Médicos, nutricionistas e psicólogos estão alertando para algumas atitudes tomadas por pais que podem estar levando aos dois principais causadores da obesidade infantil: sedentarismo e alimentação.

Sedentarismo

Uma criança precisa gastar de 2.500 a 3.000 calorias em atividades físicas por semana. Parece muito, mas como o metabolismo infantil costuma ser mais acelerado, pequenas atividades diárias podem contribuir. Contudo, o que vemos hoje é cada vez menos brincadeiras ao ar livre e mais entretenimento entre quatro paredes, como videogame, tablets e televisão.

Isso passa, claro, pela preocupação de pais em expor seus filhos à violência das ruas. Mas também existe o poder do exemplo.

Quando os pais optam pelo carro até para percorrer pequenas distâncias ou não praticam qualquer atividade física, passam uma mensagem para os filhos. Pesquisas apontam que filhos de mães ativas têm 60% mais chances de praticar alguma atividade física. Quando ambos os pais mantêm uma vida ativa, o número sobre para 80%.

Ou seja, se você quer que seu filho pratique atividade física regularmente, o primeiro passo é colocar você mesmo o corpo em movimento.

Alimentação

Aqui mora outro grande perigo para a saúde infantil. E muitas vezes atitudes que acreditamos serem inocentes podem estar causando danos irreversíveis à saúde de nossos filhos.

O primeiro passo é aprender a dizer não. Pais que não impõem limites na alimentação dos filhos, permitindo alimentos calóricos e guloseimas a qualquer hora, estão estimulando um comportamento nocivo. O ideal é evitar lanches fora de hora e estipular apenas um dia por semana para aquelas “escapadinhas”.

Tratar a comida como recompensa ou castigo prejudica a relação das crianças com a alimentação, criando barreiras que muitas vezes duram a vida toda. Assim como criar brincadeiras à mesa, como aviãozinho por exemplo. A mesa é hora de seriedade.

Mas talvez a questão mais importante aqui seja a informação. Muitos pais acabam dando alimentos para seus filhos sem conhecer o real valor nutricional ou então sem perceber como alguns alimentos podem prejudicar a saúde das crianças.

Um bom exemplo são os refrigerantes e sucos artificiais, bebidas que possuem pouco ou nenhum valor nutritivo.

Fica um alerta para os pais – O QUE VOCÊS ESTÃO DANDO PARA SEUS FILHOS COMEREM?



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