Em tempos de
blogueiras fitness, academias em cada esquina, culto ao corpo e uma infinidade
de programas culinários voltados para a alimentação consciente, pode parecer
que as pessoas estão cada vez mais magras e saudáveis. Mas isso não é verdade.
Pelo menos não quando estamos falando das nossas crianças.
Nos últimos anos foi
disparado o alerta vermelho da obesidade infantil ao redor do mundo.
Principalmente em países emergentes, como o Brasil. E quem chama atenção para o
tema é a OMS, Organização Mundial de Saúde.
Segundo a
organização, a obesidade infantil atingiu nos últimos anos níveis preocupantes,
ameaçando a saúde das nossas crianças e reduzindo a estimativa de vida. Pela
primeira vez na história estima-se que os filhos tenham uma longevidade menor que
seus pais. E um dos principais fatores para isso pode estar na balança.
Para se ter uma
ideia, em 2014 o número de crianças obesas em todo o mundo era de 41 milhões,
10 milhões a mais do que no início da década de 90.
No Brasil, estima-se
que hoje uma em cada três crianças apresentem sobrepeso. Números preocupantes
na visão da OMS que ainda alerta para a ineficácia dos programas para frear
esse epidemia: “até a data, os progressos na luta contra a obesidade infantil
têm sido lentos e inconsistentes”.
Mas quais são os
vilões por trás disso tudo? Em muitos casos podem ser aquelas pessoas que mais
se preocupam com a saúde dos pequenos: os próprios pais. Médicos,
nutricionistas e psicólogos estão alertando para algumas atitudes tomadas por
pais que podem estar levando aos dois principais causadores da obesidade
infantil: sedentarismo e alimentação.
Sedentarismo
Uma criança precisa
gastar de 2.500 a 3.000 calorias em atividades físicas por semana. Parece
muito, mas como o metabolismo infantil costuma ser mais acelerado, pequenas
atividades diárias podem contribuir. Contudo, o que vemos hoje é cada vez menos
brincadeiras ao ar livre e mais entretenimento entre quatro paredes, como
videogame, tablets e televisão.
Isso passa, claro,
pela preocupação de pais em expor seus filhos à violência das ruas. Mas também
existe o poder do exemplo.
Quando os pais optam
pelo carro até para percorrer pequenas distâncias ou não praticam qualquer
atividade física, passam uma mensagem para os filhos. Pesquisas apontam que
filhos de mães ativas têm 60% mais chances de praticar alguma atividade física.
Quando ambos os pais mantêm uma vida ativa, o número sobre para 80%.
Ou seja, se você quer
que seu filho pratique atividade física regularmente, o primeiro passo é colocar
você mesmo o corpo em movimento.
Alimentação
Aqui mora outro
grande perigo para a saúde infantil. E muitas vezes atitudes que acreditamos
serem inocentes podem estar causando danos irreversíveis à saúde de nossos
filhos.
O primeiro passo é
aprender a dizer não. Pais que não impõem limites na alimentação dos filhos,
permitindo alimentos calóricos e guloseimas a qualquer hora, estão estimulando
um comportamento nocivo. O ideal é evitar lanches fora de hora e estipular
apenas um dia por semana para aquelas “escapadinhas”.
Tratar a comida como
recompensa ou castigo prejudica a relação das crianças com a alimentação,
criando barreiras que muitas vezes duram a vida toda. Assim como criar
brincadeiras à mesa, como aviãozinho por exemplo. A mesa é hora de seriedade.
Mas talvez a questão
mais importante aqui seja a informação. Muitos pais acabam dando alimentos para
seus filhos sem conhecer o real valor nutricional ou então sem perceber como
alguns alimentos podem prejudicar a saúde das crianças.
Um bom exemplo são os
refrigerantes e sucos artificiais, bebidas que possuem pouco ou nenhum valor
nutritivo.
Fica um alerta para
os pais – O QUE VOCÊS ESTÃO DANDO PARA SEUS FILHOS COMEREM?
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