O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na
mama como consequência de alterações genéticas em algum conjunto de células da
mama, que passam a se dividir descontroladamente. Ocorre o crescimento anormal
das células mamárias, tanto do ducto mamário quanto dos glóbulos mamários.
O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as
mulheres em todo o mundo, sendo 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes
pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A
proporção de câncer de mama em homens e mulheres é de 1:100 - ou seja, para
cada 100 mulheres com câncer de mama, um homem terá a doença. No Brasil, o
Ministério da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado
de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo dados da Sociedade Brasileira de
Mastologia, cerca de uma a cada 12 mulheres terão um tumor nas mamas até os 90
anos de idade.
Existem diversos tipos e subtipos de câncer de mama. No
geral, o diagnóstico para o câncer de mama leva em conta alguns critérios: se o
tumor é ou não invasivo, seu tipo tipo histológico, avaliação imunoistoquímica
e seu estadio (extensão):
Tumor invasivo ou não
Um câncer de mama não invasivo, também chamado de câncer
in situ, é aquele que está contido em algum ponto da mama, sem se espalhar para
outros órgãos - a membrana que reveste o tumor não se rompe, e as células
cancerosas ficam concentradas dentro daquele nódulo. Já o câncer de mama
invasivo acontece quando essa membrana se rompe e as células cancerosas invadem
outros pontos do organismo. Todo câncer de mama in situ tem potencial para se
transformar em um câncer de mama invasor.
Avaliação Imunoistoquímica
Também chamada de IQH, a avaliação imunoistoquímica para
o câncer de mama avalia se aquele tumor tem os chamados receptores hormonais.
Aproximadamente 65 a 70% dos cânceres de mama tem esses receptores, que são uma
espécie de ancoradouro para um determinado hormônio. Existem três tipos de
receptores hormonais para o câncer de mama: o de estrógeno, o de progesterona e
o de HER-2. Esses receptores fazem com que o determinado hormônio seja atraído
para o tumor, se ligando ao receptor e fazendo com que essa célula maligna se
divida, agravando o câncer de mama.
A progesterona e o estrógeno são hormônios que circulam
normalmente por nosso organismo, que podem se ligar aos receptores hormonais do
câncer de mama, quando houver. Já o HER-2 (sigla para receptor 2 do fator de
crescimento epidérmico humano) é um gene que pode ser encontrado em todas as
células do corpo humano, que tem como função ajudar a célula nos processos de
divisão celular. O gene HER-2 faz com que a célula produza uma proteína chamada
proteína HER-2, que fica na superfície das células. De tempos em tempos, a
proteína HER-2 envia sinais para o núcleo da célula, avisando que chegou o
momento da divisão celular. Na mama, cada célula possui duas cópias do gene
HER-2, que contribuem para o funcionamento normal destas células. Porém, em
algumas pacientes com câncer de mama, ocorre o aparecimento de um grande número
de genes HER-2 no interior das células da mama. Com o aumento do número de genes
HER-2 no núcleo, ficará também aumentado o número de receptores HER-2 na
superfície das células.
Tipo histológico
O tipo histológico é como se fosse o nome e o sobrenome
do câncer de mama. Os tipos histológicos de câncer de mama se dividem em vários
subtipos, de acordo com fatores como a presença ou ausência de receptores
hormonais e extensão do tumor. Os tipos mais básicos de câncer de mama são:
- Carcinoma ducta in situ:é o tipo mais comum de câncer
de mama não invasivo. Ele afeta os ductos da mama, que são os canais que
conduzem leite. O câncer de mama in situ não invade outros tecidos nem se
espalha pela corrente sanguínea, mas pode ser multifocal, ou seja, pode haver
vários focos dessa neoplasia na mesma mama. Caracterizase pela presença de um
ou mais receptores hormonais na superfície das células.
- Carcinoma ductal invasivo:ele também acomete os ductos
da mama, e se caracteriza por um tumor que pode invadir os tecidos que os
circundam. O câncer de mama do tipo ductal invasivo representa de 65 a 85% dos
cânceres de mama invasivos. Esse carcinoma pode crescer localmente ou se
espalhar para outros órgãos por meio de veias e vasos linfáticos.
Caracteriza-se pela presença de um ou mais receptores hormonais na superfície
das células.
- Carcinoma lobular in situ: ele se origina nas células
dos lobos mamários e não tem a capacidade de invasão dos tecidos adjacentes. É
um tipo de câncer de mama que frequentemente é multifocal. O carcinoma lobular
in situ representa de 2 a 6% dos casos de câncer de mama.
- Carcinoma lobular invasivo: ele também nasce dos lobos
mamários e é o segundo tipo mais comum de câncer de mama. O carcinoma lobular
invasivo pode invadir outros tecidos e crescer localmente ou se espalhar.
Geralmente apresenta receptores de estrógeno e progesterona na superfície das
células, mas raramente a proteína HER-2.
- Carcinoma inflamatório: raramente apresenta receptores
hormonais, podendo ser chamado de triplo negativo. Ele é a forma mais agressiva
de câncer de mama – e também a mais rara. O carcinoma inflamatório se apresenta
como uma inflamação na mama e frequentemente tem uma grande extensão. O câncer
de mama do tipo inflamatório também começa nas glândulas que produzem leite. As
chances dele se espalhar por outras partes do corpo e produzir metástases são
grandes.
- Doença de Paget: é um tipo de câncer de mama que
acomete a aréola ou mamilos, podendo afetar os dois ao mesmo tempo. Ele
representa de 0,5 a 4,3% de todos os casos de carcinoma mamário, sendo portando
uma forma mais rara. Ele é caracterizado por alterações na pele do mamilo, como
crostas e inflamações – no entanto, também pode ser assintomático. Existem duas
teorias para explicar a origem da doença de Paget da mama: as células tumorais
podem crescer nos ductos mamários e progredir em direção à epiderme do mamilo,
ou então as células tumorais se desenvolvem já na porção terminal dos ductos,
na junção com a epiderme.
Estadiamento da doença
O câncer de mama é dividido em quatro estadios ou
estágios, conforme a extensão da doença, que vão do 0 ao 4:
Estadio 0: as células cancerosas ainda estão contidas nos
ductos, por isso o problema é quase sempre curável
Estadio 1: tumor com menos de 2 cm, sem acometimento das
glândulas linfáticas da axila
Estadio 3: nódulo com mais de 5 cm que pode alcançar
estruturas vizinhas, como músculo e pele, assim como as glândulas linfáticas.
Mas ainda não há indício de que o câncer se espalhou pelo corpo
Estadio 4: tumores de qualquer tamanho com metástases e,
geralmente, há comprometimento das glândulas linfáticas. No Brasil cerca de 60
a 70% dos casos são diagnosticado em estadio 3 ou 4.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-mama
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