A doença é caracterizada por uma degeneração progressiva
nos músculos
O menino nasce aparentemente normal. Ele demora um pouquinho
mais para começar a andar do que os outros bebês, mas por volta de um ano e
meio já se movimenta normalmente. Entre os três e cinco anos a mãe percebe que
ele tem uma marcha esquisita. O garotinho parece rebolar um pouco. Tem
dificuldade de correr, subir escadas e pedalar. E cai constantemente. Além
disso, é difícil sentar no chão como as outras crianças.
Aí começa a peregrinação de especialista em especialista
para descobrir o que o filho tem. E há grandes chances de ser uma doença rara,
pouco conhecida inclusive pelos médicos: a distrofia de Duchenne. “Trata-se de
uma doença genética e degenerativa, que compromete o tecido muscular”, explica
a médica Ana Lucia Langer, presidente da Aliança Distrofia Brasil (ADB). O
problema acomete um a cada 3 500 meninos nascidos. Sim, pode parecer estranho,
mas 99% dos casos são diagnosticados no sexo masculino. É que, por causa de
questões genéticas, as meninas têm uma proteção extra contra a doença. Já os
meninos ficam mais vulneráveis.
Infelizmente, esse quadro é bastante grave e não tem
cura. Isso porque o organismo não consegue produzir uma proteína essencial para
os músculos, que vão, então, degenerando progressivamente. O rapaz fica cada
vez mais fraco com o passar dos anos. Na adolescência, já perde a capacidade de
andar. Depois é a vez de os membros superiores serem prejudicados, assim como
um músculo essencial para a respiração, chamado diafragma. E é aí que mora o
perigo. A insuficiência respiratória é a principal causa de morte nesses pacientes.
Escrito por Thiago Castro
http://mdemulher.abril.com.br/saude/saude-e-vital
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